Quando o assunto é bilinguismo, ainda existem muitos mitos acerca do tema. Sabemos que no mundo globalizado em que vivemos, falar um segundo idioma é uma habilidade que abre muitas oportunidades. Como aprender inglês na infância é fácil e divertido, muitos pais têm optado por matricularem seus filhos em uma escola infantil bilíngue.
Porém, é comum as pessoas terem dúvidas sobre o bilinguismo. Será que exige muito do cérebro da criança? Será que misturar os idiomas pode trazer algum prejuízo para o processo de aquisição da linguagem e, futuramente, para a fase de alfabetização?
A Profa. Dra. Ingrid Finger, coordenadora do Laboratório de Bilinguismo e Cognição da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) fala sobre alguns mitos entorno do bilinguismo. Tudo sob a ótica das pesquisas mais recentes em Neurociência. Confira!
O cérebro da criança aprende a falar qualquer idioma sem grandes esforços, do mesmo jeito que os pequenos aprendem a andar, por exemplo.
O processo de aprendizado de um novo idioma durante a Primeira Infância é espontâneo e natural, diferente do que acontece com adultos que aprendem inglês. Para tanto, as crianças devem ter contato com os dois idiomas o máximo de tempo possível, de modo a sentirem-se motivadas para usarem as línguas que estão aprendendo.
Vale ressaltar que já existem pesquisas comprovando que as fases do desenvolvimento da linguagem são exatamente as mesmas tanto para crianças monolíngues como para as que estão seguindo o caminho do bilinguismo.
Na verdade, o bilinguismo proporciona diversos benefícios cognitivos e de linguagem, como a capacidade de diferenciar a forma e o significado das palavras mais cedo do que crianças monolíngues e a consciência metalinguística.
Isso acontece principalmente porque o bilinguismo na Primeira Infância faz com que os pequenos tenham palavras em diferentes idiomas para expressar a mesma coisa. Ao praticarem constantemente a escolha de qual idioma falar, elas desenvolvem a habilidade de perceber o mundo por perspectivas diferentes.
Outra vantagem do bilinguismo é a flexibilidade cognitiva, ou seja, a capacidade de fazer mais que uma tarefa ao mesmo tempo e de mudar de atividade rapidamente.
Existe um nome para esse processo de misturar o português e o inglês: Code-Switching. Falar um pouco em cada idioma não representa um aprendizado incompleto das línguas, e sim a utilização otimizada da linguagem.
Isso porque crianças bilíngues consideram o contexto em que estão inseridas, falando somente um idioma ou alternando quando sentem que a situação permite. Ou seja, a criança emprega o code-switching quando percebe que sua mensagem será compreendida, mostrando que o bilinguismo proporciona uma grande competência linguística no controle do uso dos idiomas.
Agora que já esclarecemos os principais mitos em torno do bilinguismo, continue sua leitura e conheça 6 benefícios da educação bilíngue para as crianças.
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